22/02/2010

O novo Temaki

Assim como o verde é o novo preto na moda 2010, o cenário gastronômico teve um 2009 recheado de "novos". Em 2008 assistimos ao boom da primeira grande novidade pós fast-food: a temakeria.
Movimento tímido, devagar as temakerias foram tomando as calçadas e aquele temaki que só dava para comer em Ipanema se multiplicou, ganhou novas unidades pela cidade e, como tudo na vida, primos e parentes feio (e alguns bonitos, vide o Cone Lounge em Botafogo. A casa é simples, mas o cone deles é delicioso - o kebab também!).
Bastou isso para que em 2009 surgissem os "novos temakis":
- Primeiro fomos levados a acreditar que eram os frozen yogurts (alguém já deu uma passeada olhando atentamente por essas lojinhas entre o Shopping Leblon e a Dias Ferreira - é um inferno!);
- Depois, acreditamos que o novo temaki eram os kebabs! Estes ainda crescem pela cidade, visto que não é fácil encontrar uma birosquinha vendendo kebab na Zona Norte ainda.
Mas nem acabou o frisson com os novos temakis e um novo "novo temaki" surge: as bruschetterias (é assim que escreve mesmo?).
Para quem não sabe, bruschetta é aquela entradinha típica em restaurantes italianos feita com pão italiano fatiado, passado no alho e assado coberto com alguma coisa (em geral um mix de tomate, azeitona, cebolinha e azeite).
Enfim, antes que essa grande "novidade" tomasse todas as esquina da Zona Sul é que nasceram as queridíssimas de que o Duda sente saudade e que aparecem na foto no post abaixo. Foi em dezembro, num dia 15. O cardápio foi caprichado: iniciamos os trabalhos com as bruschettas da foto, a que se seguiram cuscuz marroquino com frango grelhado (bem apimentado) ao molho de damasco e uma sobremesa egípcia a base de cenoura e laranja.
Como o que importa aqui mesmo são as divas do momento (nunca "divas forever" como o meu amigo Cláudia Wonder), segue a receitinha das bruschettas.
Peça ao seu marido para comprar um pão de campanha quando voltar do trabalho (mas não conte para ele para que servirá o pão. Se ele insistir que o pão de campanha é muito grande e que a idéia é só fazer um jantar comemorativo para dois, insista que você precisa de um pão inteiro, sem dizer o porquê!).
Assim que ele sair de casa - garanta que ele sairá cedo nesse dia - corte 3 tomates em quadrados. Lembre-se que você não vai fazer vinagrete para o churrasco nem salada rústica, portanto são quadrados pequenos mas nem tanto.
Pique também 1 cebola em quadrados bem pequenininhos e coloque de molho em água a temperatura ambiente por um período. Enquanto a cebola fica no molho, pique grosseiramente azeitonas pretas e cebolinha (deixando algumas pontas de cebolinha para enfeitar.
Agora tire a cebola do molho e misture com o tomate, as azeitonas e a cebolinha em uma vasilha. Coloque bastante azeite, um bocadinho de flor de sal, um bocadinho de sal, um bom bocado de pimenta do reino e deixe marinando o resto do dia.
Quando seu marido chegar com o pão de campanha, corte-o em fatias bem grossas (não seu marido! você precisará dele mais tarde), coloque bastante manteiga em uma frigideira (2 colheres de sopa bastam) com um punhado de alecrim. Sinta o cheiro que vai ficar na cozinha e já morra de fome. Em seguida coloque as fatias do pão e deixe dourar levemente os dois lados.
Com o pão ainda quentinho, cubra com a mistura de legumes e sirva.
No nosso dia 15 ficou uma delícia o pão quentinho com os legumes gelados... Mas nos contem se vocês fizerem diferente. Até porque, ao que tudo indica, em breve terei que pedir ao Duda para voltar pra casa com um bom pão de campanha...

21/02/2010

10/02/2010

doces detalhes

Passei alguns dias me aguando pelo sanduiche de pato. Adoro essa carne branca com jeitão de vermelha, um meio termo agradável entre a maciez das aves e o vigor sanguíneo dos bovinos. Pode ser muita viagem, mas é assim que sinto a carne de pato acariciando minha papilas... Quando eu e Ro tivemos a ideia de finalizar o dia no Duke's, imaginei que tudo seria perfeito. A Joyce num fim de tarde em Ipanema, cantando com aquela voz suave de tia hippie, uma comédia romântica italiana meio chanchadesca que me fez rir como há muito não ousava escancarar e... uma sandubão de pato.

A essa altura do relato e já preparados pelo post do Ro, vocês já devem estar esperando uma catástrofe. Não é para tanto. A primeira mordida até que foi promissora, quando todas aquelas sensações descritas acima se fizeram presentes, provando que o pato era de qualidade inegável. Porém, detalhe dos detalhes, havia junto à carne desfiada uma porção de cebola caramelada. Nada mal, se ela comparecesse apenas para coadjuvar, dando um toquezinho doce ao pato. Mas a cebola (talvez menos ela e mais o caramelo) estava a fim de briga, querendo puxar o tapete do pobre pato. Depois do quinto pedaço, já me sentia comendo a sobremesa, com o detalhe - mais um - de que em matéria de sobremesa sou mais chegado aos sabores meio amargos, nada de excesso de açúcar. Pois dessa vez o doce venceu e eu saí quase arrasado.

Mas quase também é mais um detalhe (saravá, Roberto Carlos!). A noite ainda valeu a pena pelos resquícios de Joyce e chanchada no paladar e o delicioso vinho da boa companhia deslizando garganta abaixo...

08/02/2010

Minhas doces comidas

Finais de semana para nós raras vezes não são glutões. Tem sempre uma lista de restaurantes indicados por alguém, um passeio à rua "x", cheia de bares e bistrôs, ou coisas do gênero. Fato é que por conta disso nunca chegamos à segunda com o mesmo corpo de sexta: ele está sempre um pouco maior.
Sexta passada (05/02/10), no almoço, fomos eu e duas amigas em um restaurante perto do escritório. No dia anterior eu havia comido um pastelão de frango a caminho do mercado e passei muito mal durante a noite toda, por isso decidimos ir a um comida a quilo, onde eu teria mais opções leves que não comprometessem de todo o final de semana.
Era o Aipo & Aipim ali da rua do Ouvidor, no centro da cidade. A comida estava bem cheirosa. Como todo comida a quilo que se preze, organizada de saladas à pratos quentes (infelizmente, alguns dos pratos quentes nem tão a vista quanto deveriam) e, ao final da interminável fila de pratos apetitosos, a balança, cercada de talheres e temperos.
Pois que estando ainda indisposto servi uma farta salada e peguei ao lado da balança, junto dos temperos, 3 sachês de sal.
A comida estava realmente gostosa. Além da salada, que incluía uma mistura de beringelas e pimentões, cenoura, alface e um bocadinho de salpicão de frago, servi um pouco de purê de barôa e uma pequena fatia de filé de salmão grelhado. Mas quando dei a primeira garfada na salada estranhei: ela tinha um sabor adocicado bastante forte!
Como eu e Duda temos o costume de fazer pratos agridoces, continuei comendo, ainda estranhando o fato de um comida a quilo ter temperado todas as suas saladas de forma a ficarem levemente adocicadas. Em geral comida de quilo sequer tem empero... Melhor aproveitar que esse aqui tinha, apesar de doce!
Foi quando me dei conta de que os sachês que estavam ao lado da balança, próximo aos temperos, não eram de sal e sim de açúcar, ou melhor, adoçante. O sal estava num daqueles guardanapeiros cheios de divisória na mesa.
Para não fazer soro caseiro de minha salada, deixei-a no canto do prato e comi o restante. Por sorte não havia colocado adoçante no salpicão e na salada de beringela.
Como bom cristão, senti-me eu mesmo culpado pelo erro. Só mais tarde pensei que o restaurante também tinha sua parcela, pois deveria ter alguma etiqueta no pote com adoçante em que se lesse de que se tratavam, ainda mais por eles estarem ao lado dos temperos!

Enfim, mas o dia passou, a fome voltou e depois de uma esticada ao show que a Joyce fez no posto 9 e uma ida ao cinema para ver a comédia italiana "Ah...O amor", eu e Duda fomos a uma lanchonete arrumadinha nova na Farme de Amoedo, em Ipanema, a Duke's. O lugar se vende como padaria, mas é, na verdade, uma espécia de Outback menos australiano e mais agradável (sem a bloomin' onion, infelizmente, mas com onion rings para quem não abre mão delas).
Havíamos lido no jornal há uma semana parte do cardápio, que incluí um sanduíche de pato (pedido do Duda, que ele irá comentar em outro post) e pizza de cheddar (que deixamos para uma próxima).
Pedi um hamburger de frango com brie e cebolas caramelizadas por R$ 20,90. O preço é honesto, já que o hamburger é bem grande e vem acompanhado de saladinha e batatas fritas (deliciosas! Bem sequinhas, crocantes e com sal na medida certa). E o hamburger, também delicioso! A idéia é bem simples, nada original, mas as porções são generosas e tudo está bem temperado: trata-se de um hamburger de frango honestíssimo, seguido de duas fatias grossas de brie (que derretem com o calor do hamburger), uma pequena porção de cebolas caramelizadas e de alface cortada bem fininha, isso tudo em um pão de leite muito macio!
Depois de um dia de salada doce e um hamburger delicioso, a sobremesa não conseguiu chegar à mesa, da qual eu e Duda nos despedimos com elogios e críticas (que deixarei para ele fazer).

04/02/2010

Jazz com sentidos


A ideia era juntarmos um bando de amantes de Jazz & Cia, além de apaixonados por comida. Como jazz é (ou foi algum dia) improviso, faríamos o mesmo que os jazzistas, mas utilizando os ingredientes-surpresa que apareceriam. Logo de cara eu e Ro convidamos um pacote de arroz vermelho selvagem e uma lata de ameixa em calda. Depois, chegou uma garrafa de azeite trazendo a Carla pelas mãos e um pacote de batata frita acompanhado da Melissa. O vidro de azeitonas demorou, mas chegou esbaforido com a Daiana, depois de uma pedalada pelo Aterro. Por fim, beeeeem atrasados mas muito beeeeenvindos, apareceram os camarões, os champignons e um Pão de Campanha deliciosos, trazendo a Carol e o Stevie. Com esses convidados muito saborosos, não foi difícil imaginar o que sairia. Stevie, já familiarizado com o arroz vermelho, fez um solo de tirar o fôlego, acompanhado de perto pelo dedilhado da Carol e um tintilar de faca em prato meu e da Dai. Depois de reforgar o arroz em alho e azeite, ele o deixou cozinhando por quase uma hora. Quase no fim da apresentação, incendiou os camarões com uma dose de cognac, acrescentou os cogumelos e a azeitona, tudo temperado com sal, pimenta do reino branca e um toque de curry. As batatinhas fizeram croc-cric só para finalizar.
De sobremesa, umas cocadas cremosas e umas paçocas que eu nem vi chegarem. As ameixas sobraram, mas foram parar numa salada dias desses. Ficaram ótimas!
Bem, nada disso seria tão bom sem as conversas, sempre excelentes quando se junta uma banda de primeira como essa.
Quero saber quando será o próximo...

02/02/2010

Salada de Pimentões com Manga

Receita agridoce, idéia que me ocorreu quando fazia um frango e vi que seu molho (de vinho tinto) tinha ficado um tanto quanto adocicado.

Os pimentões (vermelho, verde e amarelo) estavam na geladeira, assim como a manga e pensei que poderia ser uma boa mistura.

RECEITA:
1 pimentão de cada cor cortado em fatias grosseiras;
Shoyu
Vinagre balsâmico
Azeite
Molho de alho
Mostarda escura
Sal e pimenta do reino a gosto
1 manga bem gelada cortada em cubinhos

Coloque um pouco de azeite em uma frigideira e leve ao fogo. Quando estiver quente, jogue as fatias de pimentão. Rapidamente, coloque um bocado de todos os temperos e misture.
Retire do fogo (o pimentão não deve cozinhar, apenas aquecer e tomar sabor dos temperos), coloque em uma travessa e, com os pimentões ainda quentes, jogue os cubos de manga bem gelados (quanto mais gelados melhor) e sirva imediatamente!!!
Ótimo para acompanhar pratos com pouca personalidade.

Sobre o blog

Eu e Duda conversamos sobre o que queremos com o blog. O combinado segue abaixo:
  1. Publicar (com fotos do resultado final) nossas criações gastronômicas;
  2. Publicar o contexto da criação;
  3. Lançar críticas gastronômicas dos lugares que visitarmos;
  4. Lançar idéias para novas receitas (que vocês poderão experimentar antes de nós mesmo fazermos);
  5. Lançar críticas de filmes que envolvam culinária (e que adoramos).
Enfim, é isso. Esperamos que curtam tanto quanto nós o blog.

Soft Opening

Estamos em soft opening.
O Duda ainda não sabe que criei o blog, que foi uma sugestão da Aline (provavelmente inspirada por "Julie e Julia", não é babes?). "Por que vocês não criam um blog para postar as invenções culinárias de vocês?", ela disse.
A idéia não é ruim, pensei, mas parece ser um filão do filme. Mas logo me dei conta de que temos um diferencial. A Julie do filme postava as receitas da Julia Child no contexto de um desafio que ela lançou a si mesma.
Aqui não se trata disso. O blog tem a proposta de divulgar as invenções culinárias minhas e do Duda. Ainda não firmamos nenhum acordo do tipo: publicaremos só as receitas gostosas ou também colocaremos aquelas que deram errado? divulgaremos o contexto do surgimento da receita ou apenas ela, nua e crua? Isso ainda não foi acertado entre nós, mas com certeza será o segundo post deste blog.
O título, bem, dia 15 é quando comemoramos nosso namoro, iniciado em 15/04/08. Sempre celebramos com alguma comidinha, seja num restaurante, seja em casa (aliás, outra questão: faremos ou não crítica culinária?). Em geral, quando fazemos a comemoração em casa, ela vem sempre com um jantar mais elaborado (e sempre delicioso).
Além do dia 15, tem os outros 29 dias do mês, com jantarzinho de final de dia ou com saladinha de almoço, fruto de uma proposta "Ro-e-Duda-versão-low-carb".
Enfim, que comecem os trabalhos!