10/02/2010

doces detalhes

Passei alguns dias me aguando pelo sanduiche de pato. Adoro essa carne branca com jeitão de vermelha, um meio termo agradável entre a maciez das aves e o vigor sanguíneo dos bovinos. Pode ser muita viagem, mas é assim que sinto a carne de pato acariciando minha papilas... Quando eu e Ro tivemos a ideia de finalizar o dia no Duke's, imaginei que tudo seria perfeito. A Joyce num fim de tarde em Ipanema, cantando com aquela voz suave de tia hippie, uma comédia romântica italiana meio chanchadesca que me fez rir como há muito não ousava escancarar e... uma sandubão de pato.

A essa altura do relato e já preparados pelo post do Ro, vocês já devem estar esperando uma catástrofe. Não é para tanto. A primeira mordida até que foi promissora, quando todas aquelas sensações descritas acima se fizeram presentes, provando que o pato era de qualidade inegável. Porém, detalhe dos detalhes, havia junto à carne desfiada uma porção de cebola caramelada. Nada mal, se ela comparecesse apenas para coadjuvar, dando um toquezinho doce ao pato. Mas a cebola (talvez menos ela e mais o caramelo) estava a fim de briga, querendo puxar o tapete do pobre pato. Depois do quinto pedaço, já me sentia comendo a sobremesa, com o detalhe - mais um - de que em matéria de sobremesa sou mais chegado aos sabores meio amargos, nada de excesso de açúcar. Pois dessa vez o doce venceu e eu saí quase arrasado.

Mas quase também é mais um detalhe (saravá, Roberto Carlos!). A noite ainda valeu a pena pelos resquícios de Joyce e chanchada no paladar e o delicioso vinho da boa companhia deslizando garganta abaixo...

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